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sexta-feira, 29 de março de 2024

Custos - Custeio Direto ou Integral. Qual o melhor?


Tanto o custeio variável ou o custeio integral, com completa absorção de todos os custos indiretos são úteis e dependem do intuito para o qual serão utilizados.


Rateios através de técnicas simplistas ou complexas poderão ser usadas dependendo do contexto e representatividade dos custos indiretos a serem rateados.

Não ratear nada e defender ferrenhamente a alternativa de só alocar custos diretos e variáveis é impraticável em alguns casos, além de não ser aceito para efeito de avaliação dos estoques. 

Afinal isso é uma necessidade contábil, como iremos valorizar os estoques? Só com custos variáveis? Para definir preços e valorizar estoques devemos usar o custo integral incluindo todos os diretos e indiretos.

Para tomar decisões sobre aumento de volume, vendas de quantidades incrementais que podem implicar em turnos extras de trabalho e em investimentos, decisões sobre produzir em casa ou terceirizar, o custeio variável ou análise de custos diferenciais é importante.

Um erro que frequentemente se faz e achar que as abordagem competem quando na realidade elas se completam. Erram as pessoas que acham que se deve adotar uma abordagem e descartar a outra.

Uma boa alternativa é ter um sistema de custos, muito bem parametrizado e operado via ERP, de forma a podermos identificar diversas categorias de custos ( materiais primas, embalagens, mão de obra direta, embalagens, outros custos variáveis, custos fixos indiretos, custos indiretos variáveis, etc). 

Essas categorias de custos devem ser identificados nos diversos níveis incluindo nos produtos acabados.

Trabalhei com o sistema SAP, onde conseguíamos identificar no CPV os valores referente aos diversos componentes de custos 
( Matéria Prima, Embalagens, Mão de Obra, Outros variáveis Custos Fixos. etc. ). Essa facilidade propiciava importantes análises e controles. É preciso utilizar bem os ERP´s.

Em algumas análises nem o custeio pleno, nem o variável atendem devemos usar custos diferenciais.

A seguir mostro um exercício completo comparando os dois sistemas:


Considerando os dados abaixo calcular o valor dos estoques e resultados pelo Custeio Direto e pelo Custeio por absorção
utilizando PEPS ( primeiro entrar primeiro a sair)
ano qtde produção qtde venda saldo estoque
1 60 40 20
2 50 60 10
3 70 50 30
4 40 40 0





Custos Variáveis 30  por unidade
Custos Fixos $ 2100
Preço de Venda 75  por unidade
Custeio Variável
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Total
Quantidade venda 40 60 50 70 220
Venda Unitário 75 75 75 75
Vendas Total 3000 4500 3750 5250 16500
CVU 30 30 30 30
Custos Variáveis 1200 1800 1500 2100 6600
Custos Fixos 2100 2100 2100 2100 8400
Lucro -300 600 150 1050 1500
Saldo de Estoque
qtde 20 10 30 0
unitário 600 300 900 0





Custeio por Absorção
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Total
Quantidade venda 40 60 50 70 220
Venda Unitário 75 75 75 75
Vendas Total 3000 4500 3750 5250 16500
Custo Unit 65,0 69,7 62,4 72,9
Custo 2600 4180 3120 5100 15000
0 0 0 0 0
Lucro 400 320 630 150 1500
Saldo de Estoque 1300 720 1800
qtde 20 10 30 0
unitário 65 72 60 0
total 1300 720 1800 0


Calculos dos Custos por Absorção
O valor referente saídas ( abaixo ) corresponde ao CPV.



Custo Primeiro Ano Saldo Inicial  0
Entradas 60X30 =1800 + 2100 65
Saídas  2600 40
Saldo Final 1300
Valor qtde P.Médio
Custo Segundo Ano Saldo Inicial  1300 20 unidades 65
Entradas 50X30 =1500 + 2100 72
Saídas  4180 20
Saldo Final 720 10
Valor qtde P.Médio
Terceiro Ano Saldo Inicial  720 10 72
Entradas 70X30 =2100 + 2100 60
Saídas  3120 10
Saldo Final 1800 30
Valor qtde P.Médio
Quarto Ano Saldo Inicial  1800 30 60
Entradas 40X30 =1200 + 2100 82,5
Saídas  5100 30
Saldo Final 0 0


Vejam que os resultados de cada ano são diferentes nos dois métodos. 
A soma dos quatro anos os resultados se equivalem.
Gerencialmente o método  do custeio direto é melhor pois facilita a análise e gestão dos custos. 
Mas para efeito de precificação o método por absorção é melhor. Já para efeitos legais apenas o método por absorção pode ser usado.




Ariovaldo Lopes da Silva – Mestre em Ciências Contábeis, Economista, Professor universitário por 20 anos e executivo de empresas por 40 anos, sendo último cargos ocupados com carteira assinada de Controller para America Latina na Henkel e Diretor Financeiro na Mauser. Atualmente é Palestrante, Consultor e Empresário. Possui mais de 200 artigos sobre Controladoria, Finanças e Gestão de Empresas.  arilopes@folha.com.br

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