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sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Unidades de Negócio - Parte 2



Unidades de Negócio - Parte 2 


A maioria das empresas atuam em negócios que podem envolver variados segmentos. Por vezes alguns segmentos são altamente lucrativos e outras vezes não. A administração da empresa como um todo, sem levar em conta os desempenhos individuais das unidades, não possibilita a avaliação do negócio em cada segmento daí a necessidade das empresas adotarem o gerenciamento por unidade de negocio.


A segmentação visa o melhor gerenciamento dos negócios e pode se dar de várias formas. Cada empresa deve, levando em conta suas características próprias, buscar o melhor modelo divisional de gerenciamento ( unidades de negócios )


Por vezes a segmentação é mais ou menos clara visto que os negócios são específicos. É o caso do setor bancário que possui ramos bem distintos cada um com seus indicadores de desempenho específicos. Nos bancos podemos destacar algumas possibilidades de unidades de negócio tais como:
·        Cobrança;
·        Serviços à pessoa jurídica;
·        Serviços à pessoa física;
·        Avaliação de agência;
·        Seguros;
·        Administração de fundos de pensão;
·        Intermediação de negócios entre empresas, fusões e aquisições.
·        etc...).
A avaliação divisional pode ocorrer por unidade geográfica, como em alguns hipermercados que por vezes consideram cada filial como uma unidade de negocio específica.
Mesmo uma empresa tendo optado pela avaliação de negócios por tipo de produto ou de serviço, a avaliação de negócios por localização pode ser utilizada em paralelo.
Exemplo:
-         Segmentação de empresa industrial em 3 unidades distintas:
1.      A primeira dirigida ao mercado de consumo;
2.      A segunda dirigida ao setor de industrias;
3.      A terceira especificamente para o setor de franquias.

Cada uma das três unidades de negócio passa a ter uma avaliação específica, com apuração de resultados, investimentos, capital de giro, retorno sobre capital, EVA, e outros indicadores relevantes.
Algumas empresas que não adotavam uma avaliação divisional, ao fazê-lo optaram pela venda ou fechamento de uma ou mais unidades de negócio que se mostraram menos competitivas, ou ainda, pela expansão e maior foco sobre unidades com maior potencial. As revistas especializadas estão repletas de casos.
O conceito de administração por unidade de negócio em seu sentido mais amplo trata a unidade como uma empresa específica, delegando ao gerente ou diretor da unidade autoridade e poder de decisão.  Logo o modelo de gerenciamento divisional está associado diretamente à descentralização e delegação de autoridade.
Por outro lado a delegação e descentralização requer um alto grau de normatização, sem o que a divisão correr serio riscos. Descentralizar sem normas e procedimentos muito bem definidos pode representar alto risco.
 As organizações mais bem sucedidas possuem normas e procedimentos bem definidos que delimitam os poderes delegados aos seus gestores. Na realidade não existe um sistema totalmente descentralizado, o que existe é a descentralização relativa sempre de acordo com normas preestabelecidas. Isso significa que os manuais de procedimentos são intocáveis não podendo nunca ser mudados? Não necessariamente, porém as mudanças profundas nos procedimentos devem ser alinhadas com o interesse corporativo ou da empresa como um todo.
Executivos das unidades de negocio podem propor mudanças que colaborem para o aprimoramento e modernização dos procedimentos da empresa, visto que as normas e procedimentos da empresa formam um elemento dinâmico através do qual delimitam-se as principais rotinas das empresas.

Unidades de Negócio

Significa segmentar a empresa em duas ou mais partes, tratando-as como se fossem empresas diferentes. O conceito de Unidade de Negócio normalmente aparece associado  ao Centro de Lucro.
Centro de Lucro - Segmento da empresa responsável por receitas, custos e despesas. Os Centros de Lucro são como empresas independentes normalmente com um gerente no topo responsável por: RECEITAS,  CUSTOS / DESPESAS e RECURSOS.
A administração das empresas por intermédio de Unidades de Negócio requer alto nível  profissional além de ser requisito indispensável  um bom conjunto de normas de procedimentos, visto que a padronização e normatização são pré requisitos para a divisionalização empresarial.
Vantagens da divionalização:
     Aferição de desempenho por segmento;
     Concorrência saudável entre as unidades;
     Agilidade
     Alto nível profissional;
     Etc...

Desvantagens da divisionalização

Complexidade;
Dificuldade de implementação;
Custo;
Falta de sistemas de apoio;
Rateio dos Custos Comuns.

Centros de Investimentos

Alguns autores consideram que ao associarmos os investimentos aos Centros de Lucro, temos os Centros de Investimentos. Essa abordagem é ideal visto que o melhor parâmetro de análise de lucratividade é em relação ao investimento.

Shared Services ( Serviços Compartilhados ) e Outsourcing ( Terceirização )
Há uma crescente aceitação de serviços terceirizados ou compartilhados para processos que não são considerados estratégicos ( exemplos: áreas de impostos ou contabilidade geral ). Um razoável número de bons prestadores podem prover tais serviços e um número crescente de corporações com múltiplas unidades de negocio estão concentrando serviços e transações financeiras em áreas compartilhadas (shared service ) ou terceirizadas o que paralelamente está permitindo maior descentralização das decisões nas Unidades Estratégicas de Negócios.


Exemplo de segmentação da empresa por Unidade de Negócio

O diretor da empresa ALFA recebeu o seguinte demontrartivo de resultado:

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VENDAS
40.000
CPV
20.000
LB
20.000
DESPESAS
14.500
LL
  5.500

Como a empresa possui duas linhas de produtos, foi resolvido montar um demonstrativo de resultado divisionalizado  para cada linha.
DADOS DAS DIVISÕES
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DIVISAO  "A"
DIVISÃO "B"
CPV 11000
          CV 5000
          CF 6000
CPV 9000
          CV  4000
          CF  5000
DESPESAS  2000
DESPESAS 1500

Despesas comuns por área:
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VENDAS
  3.000
FINANÇAS
  2.500
RECURSOS HUMANOS
  1.500
CPD
  4.000
TOTAL
11.000

BASES DE RATEIO DAS DESPESAS COMUNS:
Vendas------------------------------>Faturamento divional
Finanças---------------------------->50% para cada divisão
Recursos Humanos------------>Funcionários por divisão
CPD---------------------------------->Tempo de uso estimado

DADOS DOS CENTROS DE LUCRO
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DIVISÃO "A"
DIVISÃO "B"  
TOTAL
VENDAS
BASE
19
21
40

VALOR
1425
1575
3000
FINANÇAS
BASE
50
50
100

VALOR
1250
1250
2500
R.HUMANOS
BASE
35
30
65

VALOR
808
692
1500
CPD
BASE
500
550
1050

VALOR
1905
2095
4000

TOTAL
5388
5612
11000






RESULTADO DIVISIONAL
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DIVISÃO "A"
DIVISÃO "B"
TOTAL
VENDA
19.000
21.000
40.000
CPV
11.000
  9.000
20.000
DESP.PROPRIAS
  2.000
  1.500
  3.500
MARGEM DE
SEGUIMENTO
  6.000
10.500
16.500
DESP.COMUNS
  5.388
  5.612
11.000
LUCRO
     612
  4.888
  5.500



Note que no quadro acima temos dois tipos de despesas:
DESPESAS PROPRIAS-são  despesas específicas e identificadas diretamente em uma das divisões,ou seja despesas proprias das divisões.

DESPESAS COMUNS-São aquelas não identificadas nas divisões,sendo comuns às divisões,desta forma devem ser alocadas aos seguimentos através de rateios.



Margem de segmento


Representa a margem propiciada pela divisão antes dos rateios das despesas comuns.


Preço de Transferência

É o valor extracontábil acordado entre duas ou mais divisões (Centros de Lucro), pela qual uma divisão venderá a outra ou outras determinadas mercadorias ou serviços. As transferências de mercadorias e serviços serão consideradas como receita na divisão fornecedora e como custo na compradora.Na consolidação esses valores se anulam.



Recálculo do resultado divisional considerando que a divisão "A" efetua uma transferência para a divisão "B" no valor de 2.500.




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DIVISÃO "A"
DIVISÃO "B"
TOTAL
VENDA
19.000
21.000
40.000
TRANSF/RECEITA
  2.500
 
  2.500
CPV
11.000
  9.000
20.000
TRANSF/CUSTOS
 
  2.500
  2.500
DESP.PROPRIAS
  2.000
  1.500
  3.500
MARGEM DE
SEGUIMENTO
  8.500
  8.000
16.500
DESP.COMUNS
  5.388
  5.612
11.000
LUCRO
  3.112
  2.388
  5.500



Na contabilidade divisional a contabilização do Preço de Transferência ocorre da seguinte forma:
    
-         A divisão fornecedora do bem ou serviço considerá em seu resultado divisional uma receita extra-contábil;
-         A divisão consumidora do bem ou serviço considerará o preço de transferência como custo;
-         O consolidado não sofrerá efeito pois as transferências internas se anulam.







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